domingo, 12 de junho de 2011

A diversão no banco do carona

Imagine um guarda de trânsito que não respeita as leis e tem um fim um tanto quanto previsível para quem o faz: a morte. Acalme-se, não se trata de mais um acidente de trânsito. Este é o enredo do espetáculo educativo O Carrinho do Palhaço Furreca (foto acima), que foi apresentado no dia 29 de abril, na Praça Dr. Gomes Freire (Jardim), em Mariana. A peça é o primeiro espetáculo solo do palhaço – interpretado pelo ator Eduardo Dias Ramagnoli – e contou com a presença de crianças de escolas municipais, estaduais, particulares e dos próprios moradores da cidade.

A representação teatral educativa tem por base conscientizar as pessoas sobre a conduta de pedestres e motoristas no trânsito, com muita interação com a plateia. Quando o palhaço apresenta o seu carrinho vermelho, ele se transforma, envolvendo-se em brigas, paquerando e transgredindo as leis de trânsito até parar em uma linha de trem. Sem perder o tom cômico, até mesmo a morte do personagem é mostrada de uma forma um tanto quanto divertida e recheada de efeitos sonoros.


Para a professora Ana Claudia, da Escola Estadual Doutor Gomes Freire, a peça induz os alunos a aprender um pouco sobre a educação no trânsito. Salienta também a importância de levar um pouco de distração a algumas crianças que passam por grandes dificuldades, como problemas no âmbito familiar.

Essa e outras peças foram apresentadas durante o "Circovolante - 3º Encontro de Palhaços", que ocorreu na cidade entre os dias 28/04 e 01/05, realizado pelo Circovolante, que atua desde 2000 difundindo a cultura popular e as práticas circenses na cidade de Mariana e em todo o Brasil. O Encontro contou com a presença de artistas nacionais e internacionais que agitaram a cidade nos quatro dias do evento, sempre com sucesso de público e garantia de espetáculos divertidos e inteligentes.

Entrevista com o artista

"Palhaço para mim é um Herói"

Eduardo Dias Romagnoli, morador da cidade de Mariana, formado em História, e em Artes Cênicas em 1998, pela Universidade Federal de Ouro Preto, é o ator que dá vida ao Palhaço Furreca, que apresentou o seu primeiro espetáculo solo no “Circovolante - 3º Encontro de Palhaços”, O Carrinho.

Em entrevista, Eduardo conta que a vontade de ser palhaço surgiu após alguns trabalhos realizados com o Circovolante, que conhece desde a sua chegada a Mariana, na época em que cursava História. Aproveitou a sua experiência como ator, deu continuidade a esse trabalho, atuou nas primeiras montagens e dedicou-se mais a comédia.

Em relação às crianças, diz que percebe a euforia e a alegria delas ao verem o seu personagem, que trabalha muito com a fantasia, os jogos, e as brincadeiras infantis. Já teve outros contatos com o público infantil, mas somente como ator, desempenhando o papel da vilã Dona Filomena, que, ao contrário do seu atual personagem, era temida pelas crianças.

Eduardo ressalta que o Encontro de Palhaços serve como estímulo e é muito importante para enriquecer o trabalho na região com todos os artistas que tentam se envolver. Para ele, o encontro vem suprir a necessidade de vir palhaços à cidade e dessa linguagem que o circo proporciona: “Palhaço para mim é a parte teatral do circo”, afirma o ator.

Por sempre querer lidar com a praticidade, optou pelo teatro, que supriu essa sua necessidade. Mas nem sempre teve o apoio familiar nessa sua decisão. Conta que, até os dias de hoje, a sua mãe lhe pergunta quando é que ele vai arrumar um serviço. Em contrapartida, recebe apoio de sua esposa que sempre o ajudou e nunca viu problema nenhum em relação a sua profissão. Inclusive o seu filho Francisco, de três anos, se apresenta juntamente com ele em alguns espetáculos.

No final da entrevista ao ser perguntado o que é ser palhaço para ele, Eduardo responde: ”Palhaço para mim é um Herói, é trazer a alegria, pois apesar de ter uma imagem de perdedor, derrotado, o personagem nos traz o amor, nos tempos de guerra e violência”. Admite que não foi por questões financeiras que escolheu essa área de atuação, e que sua maior recompensa é a satisfação do público, o riso, e ver as pessoas felizes. O ator se diz ser muito satisfeito por ter um contato maior com as pessoas, vendo as transformações que é capaz de fazer através da alegria que as proporciona e fica muito grato com a aprovação do público ao seu trabalho.

por Bruna Fontes, Caroline Souza, Cristiano Gomes, Kaio Barreto e Rosiane Silveira
(alunos do primeiro período do curso de Comunicação Social - Jornalismo, como exercício da disciplina "Introdução ao Jornalismo")

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