Piadas não envelhecem

Com brincadeiras e trapalhadas que remetiam à sua trajetória circense, piadas que equilibravam o duplo sentido e lembravam o estilo dos Trapalhões, Dedé Santana lotou o Teatro Sesi Mariana, com o Show do Dedé, na tarde do último sábado.

Mágicas, malabares e muitos micos

“Crianças na frente, adultos para trás, por favor”. O pedido do palhaço Sufoco deixa claro que o show é destinado ao público infantil.

Palhaçada Musical

A música virou palhaçada na Praça Gomes Freire (Jardim), no sábado (30).

Plateia afinada no show de Xisto Siman e Banda

A segunda noite (sexta, dia 29) do “Circovolante – 3° Encontro de Palhaços” terminou com o show de Xisto Siman e Banda.

Brasil + Argentina = muita gargalhada

A última noite do "Circovolante - 3º Encontro de Palhaços" (01/05) contou com grande presença do público na Praça da Sé, para o animado espetáculo do Circo VE, que durou cerca de uma hora.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

3º Encontro de Palhaços agrada público e surpreende homenageados

Após quatro dias de espetáculos, música e muitas risadas, Mariana se despede do “Circovolante – 3° Encontro de Palhaços”. O evento atraiu turistas de diversas regiões do país. Foi o caso da funcionária pública Lisane Berlato, que veio de Porto Alegre (RS) com as filhas. “Já me programei há três meses para vir (ao encontro)”, contou, completando sobre a importância evento. “É importante para a manutenção da cultura. Se não tiver eventos como este, essa história vai se perdendo. Assim, dá visibilidade e incentiva as pessoas”.

O encontro divertiu a todos, não só crianças, mas também adultos, como o mecânico Ricardo de Sousa Menezes Filho. “Eu não tive a mesma oportunidade e fico muito feliz que meu filho tenha. É muito bom saber que uma cidade como Mariana é capaz de trazer pessoas tão importantes paro circo, como o Dedé (Santana). Além disso, não são só as crianças se divertem. Nós, os pais, também nos divertimos muito”, garantiu.

Um dos organizadores do evento e integrante do Circovolante, João Pinheiro (foto à direita), fez um balanço do evento e comentou sobre a relação com público. “Sobre esses quatro dias tivemos um balanço positivo. No sentido de estrutura, de qualidade e principalmente, daqueles que nunca nos abandonam: o público.”

Pinheiro falou ainda sobre a relação do evento com a cidade de Mariana. “Creio que os artistas que vieram hoje ficaram muito impressionados com o evento, e a gente fica muito feliz com isso, porque são artistas que rodam o mundo inteiro, que fazem encontros internacionais de um nível altíssimo, que vão a Europa, e eles chegam aqui e falam: ‘poxa vida, essa energia que tem aqui eu não me lembro de ter encontrado em muitos lugares em que fui’”.

Homenageados

Um dos homenageados no encontro deste ano, Moisés, o Rei do Pedal (foto à esquerda), falou sobre a importância da homenagem e sua relação com o público marianense. “Não tenho nem palavras pra descrever o que foi ser o homenageado, foi algo de extrema importância pra mim ver minha carreira reconhecida, ver o carinho tanto dos artistas quanto do público, foi algo único na minha vida.” E completa: “além de todo o brilho no rosto daquelas crianças, que não tem prefeitura, estado, não tem dinheiro qualquer nesse mundo que pague.”

Homenageado na noite de sexta-feira (29/04), dia de seu aniversário de 75 anos, Dedé Santana (foto à direita) relatou suas impressões sobre a cidade. “Quando falaram que era uma homenagem de palhaço de circo eu fiz questão de aparecer. E foi bom porque fiquei encantado com a cidade, não conhecia, cheguei aqui ao lado, e não conhecia Mariana. Agora estou muito feliz. Igual aqui nunca aconteceu, aqui foi realmente fora do sério!”, disse o eterno Trapalhão.

reportagem e edição: Ana Cláudia Garcêz.
colaboração: Janaína Oliveira, Samuel Perpétuo, Thainá Cunha

A melhor ginástica

Para aqueles que pensam em manter a boa forma de um jeito extremo aí vai uma dica: entre para o circo! É claro que se exige muito mais de um palhaço, mas a fórmula faz sentido. Os treinamentos teatrais, por exemplo, ajudam os palhaços a gastarem muitas calorias.


A maioria dos artistas que participou do "Circovolante - 3º Encontro de Palhaços" não faz nenhuma dieta específica, muitos até não se preocupam tanto com isso. “Eu como de tudo, é um prazer bom que pode se levar da vida”, diz Xisto Siman, um dos organizadores do evento. Porém, quem pensa que ele não possui um condicionamento físico, aí vai: “só na preparação do Encontro de Palhaços do carnaval eu perdi 5 quilos.”

Outro que também não segue uma rotina de exercícios, mas que “malha” através do circo é João Pinheiro, outro idealizador deste encontro. “Se eu tenho cinco espetáculos essa semana, tenho que andar de monociclo, rodar malabares, entre outras coisas. Isso requer um condicionamento físico permanente.”

A preparação do artista circense está focada em sua desenvoltura para se expressar por meio do corpo. “A gente faz exercícios teatrais para aquecimento, porque o instrumento do cara que toca violão, é o violão, o do guitarrista, é a guitarra. O nosso instrumento é o corpo. Então, se o nosso corpo não estiver afinado como um instrumento musical qualquer, a gente desafina na hora de atuar.” Assim, descreve o palhaço Alzhy Minu (à direita na foto ao lado, por Mariana Borba), da Companhia Gesamtkunstwerk, e que provou estar afinadíssimo na hora do espetáculo.


por Bruna Sudário, Mariana Borba e Nathália Viegas
editora: Camila Maia

As promessas mirins

Quem vê um menino bem pequeno, vestindo bermudas xadrez igualzinho ao seu pai, nem imagina a potencialidade de seu talento. É da forma mais natural que Francisco Dias, filho do Palhaço Furreca (Eduardo Dias Romagnoli, na foto acima) conquista a plateia. Ele participou da homenagem ao Déde Santana ao lado da Marina Diniz e da Iolanda Gallo Mendes de Santana.

Marina, filha de um dos organizadores do evento, João Pinheiro, começou a dar as caras nos espetáculos aos dois anos, a mesma idade que Francisco deu início ao seu “trabalho”, como ele mesmo diz. Ela, hoje com seis anos, participa esporadicamente das apresentações. Já Iolanda, filha do músico Paulo Roberto Mendes de Santana, iniciou suas apresentações quando tinha apenas quatro anos de idade.

O que mais chama atenção nessas crianças é a naturalidade com que lidam com o circo. Não só por já viverem nesse meio, mas por terem uma paixão pelo ambiente circense. Além de gostar de participar dos ensaios, Marina não sente vergonha na hora da apresentação. Na verdade, o que gosta mesmo é de ouvir os aplausos do público. Iolanda revela a mesma sensação, afinal ela adora ser vista por um grande número de pessoas. Já Francisco também gosta muito de ser visto por todos em cima do palco e adora jogar malabares.

Marina já frequenta a escola desde os dois anos de idade, mas a regra é bem clara na hora de conciliar os espetáculos aos estudos: “Ela nunca deixa de faltar aula pra ensaiar ou, até mesmo, pra apresentar” diz a mãe da menina, Silvany Diniz, que se mostra bastante responsável quanto a isso. Iolanda também vai a escola e as apresentações nunca atrapalharam seus estudos. Ela passa por vários ensaios antes dos espetáculos, porém todos fora do horário da aula. A garota de seis anos nos contou que o que mais gostou de fazer foi participar da homenagem ao Dedé Santana e demonstrou ser uma grande fã: “ Eu assisto os Trapalhões desde 1 ano de idade” disse a pequena.

O que é certo é a vontade dos três em se tornar parte do cenário artístico. Quando perguntados se queriam seguir carreira no circo, Marina responde com um sorriso bem grande que quer ser palhaça igual ao pai e Iolanda revela com entusiasmo que sonha em ser trapezista. Já Francisco surpreende com sua resposta: “Eu já sou palhaço, sou o Palhaço Lambreta!”, diz uma das estrelinhas do circo.


por Bruna Sudário, Mariana Borba e Nathália Viegas
editora: Camila Maia

Vamos todos cirandar!

Com muita música, alegria, palhaçadas e a forte presença do público, o "Circovolante - 3o Encontro de Palhaços" foi encerrado domingo (01/05), com o Encontro de Bandas que fez o público dançar e voltar à infância, brincando de ciranda, na Praça da Sé.

Participaram a banda Osquindô e o Conjunto Dangler, de Mariana, e os idealizadores do Encontro de Palhaços, João Pinheiro e Xisto Siman. Durante uma hora, o público foi embalado pela mistura de sons que deram mais ânimo e alegria para o encerramento do evento.

Para a estudante Daíse de Felippe, a bricadeira de ciranda fez com que relembrasse dos tempos de menina. “Foi bom porque o público interagiu com a ciranda, coisa que eu não via desde criança, e foi uma forma de fechar o encontro com chave de ouro.”

Numa rápida avaliação sobre o 3ª Encontro de Palhaços, Xisto Siman, um de seus idealizadores, afirmou que, apesar das dificuldades financeiras, o evento superou as expectativas. “O deste ano foi maior, teve mais público, mais turistas, gente de fora que veio especialmente para o encontro que é um evento que movimenta a economia da cidade”, afirmou.

por Lucas Borges, Paula Bamberg e Thiago Lanza
editora: Gersica Moraes

Brasil + Argentina = muita gargalhada

A última noite do "Circovolante - 3º Encontro de Palhaços" (01/05) contou com grande presença do público na Praça da Sé, para o animado espetáculo do Circo VE (foto acima: Naty Torres), que durou cerca de uma hora. A dupla argentina, que se apresentou pela primeira vez em Mariana, abusou de todos os artifícios para arrancar sorrisos da platéia.

Com um espetáculo feito para toda a família, os palhaços Fidel e Martin ousaram com piadas de duplo sentido, malabarismos, cenas improvisadas e de equilibrismo.

Para Martin, o público de Mariana é bem distinto do público de grandes cidades e a diferença de idioma não dificulta o entendimento da plateia. “Nossa apresentação é feita para todas as idades, já que é um espetáculo de rua. É muito importante a interação com o público, que aqui em Mariana é mais família, ao contrário das grandes cidades".

Com relação às diferenças entre os idiomas, Martin afirma que isso acaba ajudando no espetáculo. "O que poderia dificultar, muitas vezes potencializa, por exemplo, uma gíria que seria comum para vocês, com o nosso sotaque acaba ficando mais engraçado”.

A plateia, grande colaboradora do show, elogiou a dupla. O técnico mecânico Roberto de Morais ficou impressionado com o show, mas reclamou do grande número de pessoas, o que prejudicava a visibilidade. “Os palhaços conseguiram prender a atenção tanto das minhas filhas quanto minha e da minha esposa, apesar de dificuldade de enxergar a apresentação.” Ainda antes do fim, como é costume em apresentações de rua, os palhaços passaram o chapéu para depois fazerem um “gran finale” que misturava malabarismo, equilibrismo e fogo (foto à direita).



por Lucas Borges, Paula Bamberg e Thiago Lanza
editora: Gersica Moraes

Show de risos com "Palhaços à vista!"

Na tarde de ontem (01/05), um espetáculo da Cia. Circunstância encheu a praça Gomes Freire de alegria e gargalhadas no Circovolante – 3° Encontro e Palhaços. A companhia trouxe a peça Palhaços à Vista, de Belo Horizonte, e arrancou sorrisos de crianças a idosos que estavam no Jardim de Mariana, com um espetáculo de aproximadamente uma hora de duração, a partir das 15h30.




Palhaços à Vista, principal atração do grupo, teve o roteiro moldado de acordo com o que a companhia passava. Contada por um velho, a trama descreve a história de quatro palhaços que herdam um circo velho e fazem de tudo para seguir com o sonho. Rodeados de gargalhadas e muita alegria, o espetáculo termina com uma história do livro “O Pequeno Príncipe”. Um espectador é convidado a se fazer passar pelo protagonista da história, despertando emoção aos que assistiam à peça.




Com uma apresentação envolvente e números desafiadores, a Cia de Palhaços Circunstância, com quatro atores no elenco, já é veterana no encontro de Mariana. O grupo contou que já passou por muitas dificuldades e que também recebeu inúmeras premiações de seu trabalho, realizado em todo o Estado. Os atores da Circunstância, todos moradores da capital mineira, se conheceram por meio de amigos em uma praça no bairro Buritis, que mais tarde se tornou palco de diversos espetáculos. Em meio ao apoio e incentivo de amigos, Diogo, Evandro, Luciano e Miguel conseguiram montar um pequeno espetáculo na praça. Logo depois começaram a correr atrás de apoio e assim começaram a progredir no projeto.

O engenheiro e morador de Ouro Preto, José Eduardo Silva, que frequenta o Encontro de Palhaços de Mariana há dois anos, apontou o que faz a diferença nos espetáculos da Cia Circunstância: “Um (ator) está em completa sintonia com o outro”, finalizou.







por Gustavo Kirchner
editora: Fádia Calandrini

Mágicas, malabares e muitos micos

“Crianças na frente, adultos para trás, por favor”. O pedido do palhaço Sufoco deixa claro que o show é destinado ao público infantil. O gigante Jequeri, usando pernas de pau, pede para o público dar alguns passos para trás e as irmãs, Ísis, 3 anos, e Gabriela, 4 anos, choram alegando medo de palhaços.

Sufoco, juntamente com Foca, ficam encarregados de apresentar os artistas do Cirko Miko, não sem antes fazerem as suas palhaçadas. Sufoco faz acrobacias simples e pede aplausos. Após a demonstração, Foca e Sufoco apresentam o mágico Cloro para a plateia.

Cloro, com uma flor na boca, faz mágica com argolas. Dá apenas o cabo da flor para uma mulher na plateia e fica com as pétalas. “Foi um privilégio ter sido cortejada por um palhaço. Nunca tinha acontecido isso comigo”, declarou Jucilene, auxiliar de tesouraria, moradora de Mariana. Quando tudo caminhava para o sucesso, o palhaço se enrola com as argolas e sai com elas presas em seu pescoço. Segundo mico da companhia.

Sufoco e Foca retornam à cena. O primeiro imita o mágico Cloro presenteando a plateia com mais alguns truques e anuncia a próxima atração: Jequeri com seus incríveis malabares. O palhaço começa errando o número. Porém, ao começar a música, demonstra uma técnica que deixa crianças e adultos impressionados. “Ele é muito bom. Vou ao circo desde pequeno, quando posso. Esse palhaço tem uma técnica incrível!”, afirma Rafael Pereira, professor de Educação Física, de Mariana.

Foca e Sufoco reaparecem com malabares e demonstram intimidade com a arte. Após a rápida demonstração, apresentam Mercúrio, o jogador de basquete. O “atleta”, porém, demonstra pouca habilidade e apenas gira a bola em seu dedo, errando muito. Mais um mico na conta da companhia.

Delírio

Os apresentadores retornam, puxam palmas e abrem as cortinas para o agora tenista Cloro, que entra em cena pela segunda vez. Puxa uma mala pesada, e tira uma raquete e distribui três bolas de tênis entre as crianças sentadas na frente. Elas jogam para o palhaço rebatê-las mas ele erra todas e "quase acerta" os espectadores mirins. As crianças vão ao delírio em risadas. “Ele é o palhaço mais engraçado que eu já vi!”, afirma Vinícius, 7 anos, em sua primeira experiência com a cultura circense. Para finalizar, Cloro faz um número de extrema dificuldade e passa por entre sua raquete empolgando a todos na plateia e saindo ovacionado do palco.

Foca e Sufoco entram em cena novamente e montam a estrutura da corda bamba (foto à esquerda) para Jequeri entrar no palco como um cego, quase acertando as crianças com sua bengala, causando rebuliço entre o público infantil. Jequeri deita, faz palhaçadas e malabarismos sobre as cordas, com palmas do público que acompanhava o ritmo da música.“A interação com o público é intensa! Não vejo isso em outros lugares”, relata Niksey, artesã peruana.

As crianças vão a loucura quando Foca e Sufoco anunciam que vai haver mais um número. O espetáculo das cadeiradas que mistura dança, acrobacias e equilibrismo com cadeiras. Os palhaços Cloro e Mercurio chegaram a fazer equilibrismo com até cinco cadeiras no queixo; Cloro com duas e Mercurio, com três. Esse número arrancou suspiros da criançada que assistia ao espetáculo assustada com as habilidades dos palhaços em equilibrar cadeiras.

Mas, o ponto alto do número foi quando Cloro e Mercúrio (foto à direita) interagiram com as crianças, chegando a tirar uma delas que estava na plateia para participar do quadro que consistia em imitar os palhaços, primeiramente com passos simples e, depois, com acrobacias elaboradas. O contemplado Carlos, de 8 anos, não conseguiu acompanhar os palhaços, mas mesmo assim não se incomodou. “Adorei ter participado; meu amigo ao lado pediu para ir, mas o palhaço me chamou”.

Os palhaços voltaram e anunciaram o “maior e mais antigo artista do circo”: o chapéu. “Quem gostou pouco coloca um pouco e quem não gostou coloca só R$30 que tá bom”, afirmou Foca, provocando os últimos risos da plateia que curtiu o espetáculo por cerca de uma hora.

Para o artista Catin Nardi, um dos apoiadores do festival, o trabalho dos artistas do Circo Miko é fantástico. Afirmou que eles são excelentes equilibristas e malabaristas e comentou também que participa do Festival desde o primeiro evento. “O grande lance é o movimento que provoca na cidade, a movimentação de pessoas e dos artistas que vêm mostrar suas habilidades em Mariana”.

por Daniela Julio, Daniel Sant'Anna e Carlos Eduardo Graciano
editor: Mateus Fagundes

domingo, 1 de maio de 2011

Palhaçada musical

A música virou palhaçada na Praça Gomes Freire (Jardim), no sábado (30). E os responsáveis por isso foram os integrantes do Teatro Terceira Margem, que apresentaram o espetáculo Fanfalhaça, uma fanfarra de palhaços e palhaças que, em tom de brincadeira, se mostrou afinada com o público.

A banda (foto à esquerda: Naty Torres) saiu tocando assim: Risoto, Espiga, Pequeno e Fuinha no tarol, Pururuca e Rapi no surdo, Mulambo e Juliette no bumbo, Bijo e Overlock nos pratos e, para reger esta confusão, o maestro Tchano.

Mas a Fanfalhaça vai além das performances que faz em parques, praças, escolas e eventos culturais. Segundo Cristiano Pena, diretor e ator, o grupo também faz pesquisa cênica. “Surgimos a partir de duas frentes de ação de investigação artística, que são necessárias enquanto formas de gerar oportunidade de trabalho e reflexão sobre as nossas atividades”, afirmou

Cristiano disse que esse tipo de pesquisa colabora para aprimorar o trabalho feito pelo grupo nas ruas. Prova disso é a receptividade do público. A estudante Iasmin Caetano aprovou a fanfarra inusitada. "É a primeira vez em que assisto a um espetáculo como esse que, para mim, transparece alegria, coisa que está faltando nos dias de hoje", disse.

por Adrean Nunes, Ana Luísa Reis e Juliana Melo
editor: Mateus Meireles

Moisés: o mineirinho que virou rei

De Rio Pomba, Zona da Mata de Minas Gerais, Moisés (foto acima: Naty Torres), um dos homenageados do “Circovolante – 3° Encontro de Palhaços”, sempre teve o sonho de se tornar um artista de circo.

Nascido em uma família simples, que vivia basicamente daquilo que plantava e colhia na roça, o jovem Moisés, com 21 anos, logo foi tentar a vida na cidade. Trabalhou como servente de pedreiro, vendedor, cobrador e padeiro - sempre usando a bicicleta a seu favor!

Foi em uma apresentação de um circo, nas cidades de Ipatinga e Coronel Fabriciano, que decidiu entrar de cabeça nessa arte. No início, apenas ajudava a montar e desmontar a lona, mas sempre demonstrou interesse especial pelo trabalho dos monociclistas. As manobras o encantavam. Como afirma o próprio Rei do Pedal: “Todo mundo usa bicicleta na rua, acaba sendo uma curiosidade ver uma coisa diferente sendo feita com ela!”.

Da geração mais antiga do núcleo de artistas circenses, Moisés, além de monociclista, hoje conta com uma bem sucedida empresa de locação de lonas e possui seu próprio circo. Passou por diversos desafios, desde entrar num globo da morte a atravessar o picadeiro sobre um cabo de aço a oito metros de altura. E sem sofrer nenhum acidente grave.

Conheceu Didi e Dedé quando se apresentava no Rio de Janeiro, iniciando uma amizade que lhe daria a oportunidade de atuar como dublê de Renato Aragão em diversos filmes dos Trapalhões.
Como reconhecimento de sua importância para o circo no Brasil, O Rei dos Pedais, que se apresentou pela primeira vez em Mariana, recebeu uma homenagem do Circovolante e do público, sábado (30), na Praça da Sé.

Para o palhaço Alegria, homenageado ano passado no Encontro de Palhaços, Moisés “representa o pai dos circos mineiros". "Moisés é sempre essa festa maravilhosa que vocês estão vendo", afirmou.
por Davi Machado e Adriel Campos
editora: Gersica Moraes

Piadas não envelhecem

Com brincadeiras e trapalhadas que remetiam à sua trajetória circense, piadas que equilibravam o duplo sentido e lembravam o estilo dos Trapalhões, Dedé Santana lotou o Teatro Sesi Mariana, com o Show do Dedé, na tarde do último sábado. O trapalhão foi acompanhado por seu companheiro de palco, Bub Razz.

Um vídeo contou a história de Dedé e dos Trapalhões antes de começar o show. Sob aplausos do público, que lotou o SESI, Dedé Santana foi chamado ao palco por Xisto Siman e deu início ao espetáculo que durou aproximadamente uma hora e meia.

Após uma série de piadas que levaram as crianças às gargalhadas e os adultos a uma viagem no tempo - já que várias delas remetiam aos números conhecidos dos Trapalhões - Dedé convidou ao palco Chameguinho, o Mexicano Maluco, que divertiu toda platéia. Entre outros números, o artista apresentou piadas e performances de dança, sempre sendo advertido pelo personagem de Bub Razz. Logo em seguida, fez comparações entre o pobre e o rico, provocando entusiasmadas gargalhadas na platéia.

No número final, Bub Razz iniciou uma brincadeira tradicional dos Trapalhões, o “pega-trouxa”. O primeiro a cair na "armação" foi João Pinheiro, do Circovolante, que intepretou um rapaz à procura de namorada. Depois foi a vez de Chameguinho e, em seguida, o grupo tentou o"pegar" Dedé na brincadeira que utilizava um balde d'água e um capacete para "pegar os trouxas". Não obtiveram sucesso. Por fim, tudo terminou numa grande confusão, com muita água, onde somente Dedé saiu sem se molhar.

Durante as apresentações, Dedé aproveitou para agradecer a presença do público, segundo ele, um dos mais hospitaleiros "até hoje". Após o espetáculo, Dedé divulgou a venda de seu livro "Dedé Santana - o Trapalhão de Deus" e de DVD's com seus shows, cuja renda obtida foi encaminhada para a família do ex-Trapalhão, Mussum.

por Bruna Christina, Flávia da Silva, Thainá Cunha
editora: Camila Dias

Dedé Santana é sempre uma surpresa

A noite de sábado (31) foi mágica para o público que foi à Praça da Sé. O espetáculo Surpresa, preparado pelo Circovolante para o 3º Encontro de Palhaços, teve como artista principal Dedé Santana. Os saudosos números e esquetes inéditos do artista garantiram a praça lotada por crianças e adultos de todas as idades. A alegria de poder estar tão perto do eterno trapalhão se traduziu em gargalhadas durante uma hora e meia de espetáculo.

Dedé agradeceu ao público e contou sobre o início de sua carreira, utilizando uma piada. “Falei: vou dar um grande salto, como um trapezista. Vou dar um salto, eu quero ir pro Rio, fazer cinema. Olhei para o lado, não vi minha mala, falei: Tô no Rio de Janeiro”. Suas histórias, no entanto, guardam uma trajetória de dificuldade e perseverança, ao longo de 75 anos de vida e palhaçadas.

O show teve a participação do parceiro de palco de Dedé, Bub Razz, o mexicano Chamego e João Pinheiro, do Circovolante, que levaram alegria e sorrisos a todos naquela noite.

Na plateia, gente de todo lugar. Diorgi Oliveira e Cristian Junior Elias, que vieram do Paraná, tiveram uma surpresa ao chegar em Mariana se deparar com o Encontro de Palhaços. Se sentiram realizados por encontrar um evento tão diferente dos eventos que acontecem em seu Estado. “Vamos chegar no Paraná e falar que vimos o Dedé frente a frente”, conta Cristian.

Num clima familiar, pais e filhos encontraram um espaço agradável para trocar experiências sobre a apresentação. É o caso da marianense Claudinéia, 35. “ A criança aprende e é um lazer para nós, adultos. Minha filha faz teatro e ela precisa perder a vergonha”. É o que Dedé ensinou com muito gosto dizendo: “Não desista você que quer ser um artista. Muitos milagres podem acontecer na sua vida”.

Como essas pessoas mostram, esse contato com a alegria, a arte e as cores pode mover muita gente, traçar caminhos novos e fortalecer uma corrente artística que é popular por excelência.

por Gerliani Mendes e José Medeiros
editor: Rafael Camara

Flores e aplausos ao Rei do Pedal

Nem a ameaça de São Pedro conseguiu espantar o encanto que invadiu a Praça da Sé neste sábado (30). Mariana parou às 17h30 para ver o “Cabaré” montado em homenageam a Moisés: O Rei do Pedal. Ele roda há anos, de Norte a Sul do Brasil, com suas apresentações em vários tipos de bicicletas e pela primeira vez veio a Mariana (foto acima: Naty Torres).

A palhaça grega Theano Vavatzianni – pela terceira vez na cidade - abriu a noite trazendo o público para o centro do espetáculo. Em seguida, foi a vez da "lenda do circo", o palhaço Alegria, 77 anos, encantar os marianenses com sua simpatia e descontração.

Com o público já conquistado, rendido pela mágica do circo, foi a vez do homenageado subir ao palco e apresentar sua arte. Ao ritmo do chorinho, Moisés dançava sobre suas bicicletas, deixando a plateia extasiada e encantada, a exemplo da educadora Aline Nogueira. “Me senti, por um momento, de volta à minha infância”, contou.

Após 40 minutos de apresentação, Moisés desceu de seu monociclo para receber flores das mãos do organizador do evento, Xisto Siman (foto à direita: Naty Torres), como reconhecimento de seu trabalho. Da plateia, merecidos aplausos.

por Thiago Novais e Davi Machado
editora: Gersica Moraes

Músicos empolgados e plateia afinada no show de Xisto Siman e Banda

A segunda noite (sexta, dia 29) do “Circovolante – 3° Encontro de Palhaços” terminou com o show de Xisto Siman e Banda. Numa apresentação empolgante, misturando músicas de autoria própria com versões de outros sucessos, o grupo fez uma apresentação extremamente interativa, conversando o tempo todo com a plateia. O grupo tem influências do rock e música brasileira , como o manguebeat, de Chico Science, um dos pontos altos da atração.

A banda é formada pelos músicos Paulo Santana (baixo), Marcelo Barbosa (violão), Henrique Fonseca (percussão) e Edson Zacarias (guitarra). Xisto Siman, vocalista da banda e um dos fundadores do Circovolante, vem desenvolvendo um trabalho autoral há sete anos, cinco deles na sua ex-banda Angu, Feijão e Couve.

O vocalista assina várias composições em parceria com Paulo Santana, com arranjos de Marcelo Barbosa. Segundo Xisto, sua empolgação vem muito do teatro. “Comecei a cantar profissionalmente 12 anos após trabalhar com teatro. Então, minha relação com o público acaba sendo diferente. Eu não consigo fazer show sem ficar olhando o público, (...) sempre olhando para os músicos. Acho que essa cumplicidade, essa coisa coletiva, veio do meu trabalho com o teatro”, comparou.

O público respondeu bem durante o show inteiro, formando rodas de ciranda várias vezes e cantando junto composições da própria banda, como a música “Pinga na BR”. Contudo, a reação mais empolgante veio quando a banda executou os sucessos de Chico Science e Nação Zumbi - “A Praieira” e “Manguetown” -, sobretudo no bis.

por Tácito Yuri Dutra Chimato
editora: Fádia Calandrini

Espaço Aberto traz artista internacional

No último sábado (30), foi realizado na Praça Gomes Freire (Jardim) o Espaço Aberto para Artistas dentro da programação do "Circovolante - 3° Encontro de Palhaços". A apresentação do evento foi realizada pelo Palhaço Furreca (foto à direita: Naty Torres) e contou com a participação de artistas e diferentes atrações, conquistando o público de todas as idades.

O Palhaço Arco-íris, vindo de Belo Horizonte, foi a primeira atração do Espaço, apresentando números lúdicos, juntamente com sua bolinha chamada Wesley. Em seguida, foi a vez da Cia Sinequanon, do Rio de Janeiro, com o Sr. Palhaço e Xarope, trazendo um clássico da palhaçaria com o número A Estátua. A terceira a se apresentar foi Sula Mavrudis, contadora de histórias tipicamente circenses. Ela chegou tocando sanfona e convidando o público a participar da música. Logo depois, a artista narrou a história escrita por Frei Betto, “A menina e o elefante” e contou com a ilustração de um Livro Gigante.

A atração seguinte foi feita pelo chileno Malandro, que realizou todo seu espetáculo no centro de uma roda, diferenciando-se das outras apresentações. Desta forma, houve uma maior participação do público, que interagia diretamente com o artista. Ao final do evento, o Sr. Palhaço retorna e realiza mais um número diferenciado para platéia, que mais uma vez se diverte com o humorista.

O Espaço Aberto para Artistas estava disponível àqueles que se interessaram em mostrar trabalhos ligados a arte do circo. A idéia foi oferecer uma oportunidade aos artistas que não estavam inseridos na programação do Encontro de Palhaços.


por Bruna Christina , Flávia da Silva, Thainá Cunha
editora: Camila Dias

Respeitáveis 5 mil acessos!

Na noite deste domingo (01/05), o blog Tribuna da Palhaçaria alcançou a marca de cinco mil acessos, desde 28 de abril, quando começou a cobertura jornalística do "Circovolante - 3º Encontro de Palhaços". Há menos de uma semana no ar, o blog agrega visitas de internautas do Brasil, Estados Unidos, e vários países da América Latina e da Europa. A recepção tem se consolidado pelos comentários nas matérias e interação do público receptor pelas redes sociais.

Agradecemos as visitas e fiquem de olho nas próximas postagens. A cobertura ainda não acabou!