segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mágicas, malabares e muitos micos

“Crianças na frente, adultos para trás, por favor”. O pedido do palhaço Sufoco deixa claro que o show é destinado ao público infantil. O gigante Jequeri, usando pernas de pau, pede para o público dar alguns passos para trás e as irmãs, Ísis, 3 anos, e Gabriela, 4 anos, choram alegando medo de palhaços.

Sufoco, juntamente com Foca, ficam encarregados de apresentar os artistas do Cirko Miko, não sem antes fazerem as suas palhaçadas. Sufoco faz acrobacias simples e pede aplausos. Após a demonstração, Foca e Sufoco apresentam o mágico Cloro para a plateia.

Cloro, com uma flor na boca, faz mágica com argolas. Dá apenas o cabo da flor para uma mulher na plateia e fica com as pétalas. “Foi um privilégio ter sido cortejada por um palhaço. Nunca tinha acontecido isso comigo”, declarou Jucilene, auxiliar de tesouraria, moradora de Mariana. Quando tudo caminhava para o sucesso, o palhaço se enrola com as argolas e sai com elas presas em seu pescoço. Segundo mico da companhia.

Sufoco e Foca retornam à cena. O primeiro imita o mágico Cloro presenteando a plateia com mais alguns truques e anuncia a próxima atração: Jequeri com seus incríveis malabares. O palhaço começa errando o número. Porém, ao começar a música, demonstra uma técnica que deixa crianças e adultos impressionados. “Ele é muito bom. Vou ao circo desde pequeno, quando posso. Esse palhaço tem uma técnica incrível!”, afirma Rafael Pereira, professor de Educação Física, de Mariana.

Foca e Sufoco reaparecem com malabares e demonstram intimidade com a arte. Após a rápida demonstração, apresentam Mercúrio, o jogador de basquete. O “atleta”, porém, demonstra pouca habilidade e apenas gira a bola em seu dedo, errando muito. Mais um mico na conta da companhia.

Delírio

Os apresentadores retornam, puxam palmas e abrem as cortinas para o agora tenista Cloro, que entra em cena pela segunda vez. Puxa uma mala pesada, e tira uma raquete e distribui três bolas de tênis entre as crianças sentadas na frente. Elas jogam para o palhaço rebatê-las mas ele erra todas e "quase acerta" os espectadores mirins. As crianças vão ao delírio em risadas. “Ele é o palhaço mais engraçado que eu já vi!”, afirma Vinícius, 7 anos, em sua primeira experiência com a cultura circense. Para finalizar, Cloro faz um número de extrema dificuldade e passa por entre sua raquete empolgando a todos na plateia e saindo ovacionado do palco.

Foca e Sufoco entram em cena novamente e montam a estrutura da corda bamba (foto à esquerda) para Jequeri entrar no palco como um cego, quase acertando as crianças com sua bengala, causando rebuliço entre o público infantil. Jequeri deita, faz palhaçadas e malabarismos sobre as cordas, com palmas do público que acompanhava o ritmo da música.“A interação com o público é intensa! Não vejo isso em outros lugares”, relata Niksey, artesã peruana.

As crianças vão a loucura quando Foca e Sufoco anunciam que vai haver mais um número. O espetáculo das cadeiradas que mistura dança, acrobacias e equilibrismo com cadeiras. Os palhaços Cloro e Mercurio chegaram a fazer equilibrismo com até cinco cadeiras no queixo; Cloro com duas e Mercurio, com três. Esse número arrancou suspiros da criançada que assistia ao espetáculo assustada com as habilidades dos palhaços em equilibrar cadeiras.

Mas, o ponto alto do número foi quando Cloro e Mercúrio (foto à direita) interagiram com as crianças, chegando a tirar uma delas que estava na plateia para participar do quadro que consistia em imitar os palhaços, primeiramente com passos simples e, depois, com acrobacias elaboradas. O contemplado Carlos, de 8 anos, não conseguiu acompanhar os palhaços, mas mesmo assim não se incomodou. “Adorei ter participado; meu amigo ao lado pediu para ir, mas o palhaço me chamou”.

Os palhaços voltaram e anunciaram o “maior e mais antigo artista do circo”: o chapéu. “Quem gostou pouco coloca um pouco e quem não gostou coloca só R$30 que tá bom”, afirmou Foca, provocando os últimos risos da plateia que curtiu o espetáculo por cerca de uma hora.

Para o artista Catin Nardi, um dos apoiadores do festival, o trabalho dos artistas do Circo Miko é fantástico. Afirmou que eles são excelentes equilibristas e malabaristas e comentou também que participa do Festival desde o primeiro evento. “O grande lance é o movimento que provoca na cidade, a movimentação de pessoas e dos artistas que vêm mostrar suas habilidades em Mariana”.

por Daniela Julio, Daniel Sant'Anna e Carlos Eduardo Graciano
editor: Mateus Fagundes

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